Os gatos não possuem um importante processo de
desintoxicação presente na maioria dos mamíferos, por isso são facilmente
envenenados. O fígado de um gato tem capacidade limitada para metabolizar
terpenos. A maioria dos óleos essenciais contém uma variedade complexa de mono
e sesquiterpenos, mas, em particular, evite óleos que contenham fenóis quando
trabalhar com gatos.
Muitos donos de gatos relatam que, quando cheiram o óleo
essencial, seus animais os atacam ou os lambem freneticamente. Isso pode levar
as pessoas a acreditar que seus gatos realmente amam o óleo essencial, quando,
na verdade, ele literalmente está deixando-os loucos. Os gatos também podem se
comportar como fazem com a gatária (erva dos gatos), pulando e tendo momentos
de loucura, que é a resposta ao óleo essencial da gatária.
Há relatos de gatos morrendo após a exposição aos óleos
essenciais, mas, a meu ver, todos os casos de morte registrados deveram-se ao
mau uso ou uso excessivo. Por exemplo: a aplicação tópica de óleo essencial de
tea tree não diluído, que não é seguro para os gatos. O fígado felino precisa
de 48 horas para processar e excretar terpenos, logo a exposição frequente a
quantidades baixas de óleo essencial também pode causar intoxicação. Certifique-se
de que seu gato possa sair do cômodo quando você difunde óleos essenciais ou
queima velas aromáticas.
Não há necessidade de ficar histérico sobre manter óleos
essenciais longe de gatos – o mundo natural está cheio de óleos essenciais e o
gênero Felis sobrevive perfeitamente bem - , no entanto, recomendo o uso de
hidrossóis em vez de óleos essenciais para gatos.
FONTE: trecho do livro ÓLEOS ESSENCIAIS PARA ANIMAIS, de
Nayana Morag, Editora Laszlo, 2018,p. 79.
NOTAS:
1. HIDROSSOL é um outro nome dado ao hidrolato, e é um subproduto
obtido a partir do processo de destilação na extração dos óleos essenciais. O
hidrolato mantém os mesmos componentes voláteis da planta e possui uma
fragrância leve.
2. Evite em seu gatinho:
Tomilho (Thymus vulgaris) QT timol, QT carvacrol e Tomilho Serpolet (Thymus serpyllum)Ajowan (Trachyspermum ammi)
Oréganos (Origanum compactum/onites/heracleoticum/Thymbra
capitata)
Segurelha (Satureja montana)
Cravo da Índia (folha ou botão) (Syzygium aromaticum)
Canela (cássia ou do ceilão) (Cinnamomum cassia/cinnamomum zeylanicum
– verum)
Manjericão Santo (ocimum gratissimun QT eugenol)
Guáiaco (Falso Palo Santo) (Guaiacum officinale)
Fonte: O Grande Manual de Aromaterapia de Dominique Baudoux, editora
Laszlo, 2018, p. 53.
É possível usufruir dos benefícios dos óleos essenciais, mesmo
em nossos sensíveis gatinhos, mas é preciso algumas precauções. Na dúvida,
consulte sempre um aromaperapeuta, de preferência que tenha se especializado em
aromaterapia animal.
O primeiro livro do qual tiramos a primeira parte deste post
é muito bom e vale muito a pena para quem curte o assunto.
O segundo livro, um clássico importantíssimo serve muito bem
àqueles que gostam de estudar a química dos óleos essenciais.
E a nossa modelo nas fotos é a Lilica, gatinha da Patrícia, nossa
amiga e aluna do Curso de Formação em Aromaterapia. Ela está usando um colarzinho
aromáticos feito especialmente para pets.
Beijos,
Lua Serena