22 de outubro de 2004

Mistério do Desconhecido

Mistério do Desconhecido
Quem comanda os ventos sou eu
Sou eu a força da tempestade
O olho do furacão
Eu sou o poder do não
Eu sou a voz da multidão
O grande clarão de luz
Removo as terras
Broto no árido sertão
Sou o silêncio, a paixão
Desctruo como o tufão
Sou o sim, o talvez, o senão
O nada, aquilo que brota das entranhas
Faço chover, faço chorar
Sim, também sei fazer amar
Sou o futuro, o desconhecido
O misterioso elemento da natureza
A torpeza do olhar da servidão
Quem busca por mim
Não encontra
Quando todos dormem
Estou a caminhar na escuridão
Alimento dúvidas, colho a incerteza
Sou a beleza
Estou em todos os cantos
Mas somente em prantos me vês
Autor: Carlos Eduardo Sabbag Pereira

3 de outubro de 2004

Vontade de gritar

Quero compartilhar com o mundo a vontade de gritar.
Não me importo com o que meu vizinho vê.
O que me importa é a capacidade humana de poder compartilhar a vontade de gritar.

Sinto um fremito percorrendo meu corpo, como um vulcão em chamas que cospo fogo pela garganta e derrama labaredas no próprio pescoço.

Quero compartilhar com o mundo a vontade de gritar.
Não me importo com os cérebros estúpidos que culpam a mordida de Eva.
O que me importa é a capacidade humana de poder compartilhar a vontade de gritar.

Vem vindo de longe um vento forte, a respiração de deus no meu rosto.
Sinto bem debaixo dos meus pés o coração terreno pulsando, compasso musicado.

Quero compartilhar com o mundo a vontade de gritar.
Sem me importar com quem vou incomodar, os ouvidos sensíveis que vertam sangue.
O que me importa é a capacidade humana de poder compartilhar a vontade de gritar.

Compreendi que é inevitável a idiotia humana,
Compreendi que é possível, então, viver com isso.
Não me restar chorar, não me resta pesar.
Me resta gritar.
E compartilhar com o mundo a vontade de gritar.
Tenho pressa...
Hei de ser a estrela que brilhará, ainda que ninguém veja,
Hei de ser capaz de ser a estrela que se apagará.
Tenho pressa de gritar.
Resolvi viver agora mesmo.