30 de outubro de 2008

A Wicca de São Cipriano (desabafo)

Outro dia entrei numa loja de produtos religiosos para comprar velas e fiquei conversando com a dona, uma senhora muito simpática. Num dado momento, duas jovens de não mais que 17 anos chegaram. Compraram duas taças em formato de caveira, alguns incensos e velas. Quando as duas sairam, a senhora da loja disse que elas eram "wiccas" e que muita gente "wicca" aparecia por lá em busca das taças de caveira e do livro de São Cipriano. Segundo essas mesmas pessoas, realizavam seus rituais em cemitérios.
Eu achei super curiosa e um tanto quanto bizarra a ligação da Wicca com o santo católico. Esse assunto ficou martelando a minha cabeça por dias e dias, até que eu resolvi sentar aqui e escrever um pouco sobre os dois assuntos.
Primeiro falemos de São Cipriano...
Cipriano, pelo que se sabe, nasceu por volta de 250 d.C, e converteu-se ao cristianismo depois de conhecer Justina (que foi canonizada, assim como Cipriano).
Antes de sua conversão, porém, Cipriano estudou ocultismo, dedicando-se a práticas mágicas que, ao que parece, por obra da deturpação inerente à história do paganismo, foram associadas ao demônio.
Muito da obra do referido santo católico foi queimada, dizem, por ele mesmo. O que permaneceu é hoje conhecido como os livros de São Cipriano. Neles estão contidos alguns ensinamentos e algumas bizarrices também. Tive a oportunidade de ler algumas vezes, estudando um pouco a trajetória de Cipriano, arrisco dizer que ali também encontramos deturpações. Teriam sido forjadas pelo próprio Cipriano, após a sua conversão, a fim de atribuir ao demônio a responsabilidade por suas práticas? Talvez. De fato, me parece uma saída bem confortável praticar o que chamamos de baixa magia, colocar a culpa no Diabo e nos colocarmos em posição de vítimas.
As poucas obras de Cipriano que restaram teriam sido alteradas por aqueles que as traduziram? Possível também, vez que na própria bíblia encontramos interpolações. No entanto, um estudo profundo dos originais seria necessário para poder dizer se alterações posteriores foram feitas.
Existe ainda a possibilidade de Cipriano ter realmente estudado práticas deturpadas de ocultismo. Nesse caso, os escritos seriam obra dele mesmo, bem com a cara que se vê hoje.
De qualquer forma, paira em torno desses escritos uma nuvem de mistério, poder oculto e fruto proibido. Tanto que até hoje muita gente acredita dar má sorte possuir esse livro.
Talvez seja esse o motivo de pessoas relacionarem a leitura da obra com a Wicca. A própria Wicca é pouco compreendida e atrai pessoas que buscam poderes mirabolantes, feitiços para amarrar o par, adolescentes rebeldes – muitas vezes sem causa. A maioria desconhece sua origem e seus preceitos. Dentro da própria Wicca poucos aprofundam os estudos, poucos buscam as raízes daquilo que dizem cultuar.
Posso dizer com firmeza o que muitos já disseram: Wicca nada tem a ver com práticas que são associadas ao diabo cristão. Os wiccanos ou wiccanianos não crêem no diabo cristão e, por obviedade, não o invocam em seus sabás.
Pratica Wicca de forma correta aquele que celebra o ciclo vida-morte-renascimento.
Foi bastante difundida por Gardner, Sanders entre outros, e possui elementos de práticas antigas e modernas. Por isso é chamada de neopagã. Talvez resida nos termos “neopagão” e “pré cristão” o cerne de discussões acirradas sobre a origem da Wicca. Porém, são termos que não se confundem.
Neopagão é aquele que pratica alguma das religiões que buscam resgatar práticas pagãs.
Pré cristão é tudo aquilo que veio antes de Cristo, incluindo-se nesse “tudo” cultos.
A Wicca possui elementos pré cristãos? Sim, possui. E não só a Wicca. Diversas religiões possuem. O que acontece é que esses elementos são, muitas vezes, adaptados, remodelados, incorporados a outros, ganham novos significados, novas interpretações. É um processo que ocorre em todo tipo de crença. A religião é moldada conforme os ditames dos seres humanos, seus hábitos, seus medos, seus desejos. Isso não diminui uma crença. Creio que a ânsia humana por uma verdade absoluta seja tão forte, que tendemos a achar que encontraremos essa verdade em algo que veio antes de nós, algo que somente os antigos sábios tinham acesso, algo que se perdeu e que precisa ser resgatado.
Bem... o fato é que não existe uma verdade absoluta dita pelos seres humanos.
A Wicca nasceu sob esse prisma, com certeza.
Certa de que a Wicca é uma religião neopagã e não pré cristã é que digo: Apesar de celebrar também a morte, uma pessoa que pratica Wicca não sacrifica animais, por mais que possamos constatar que civilizações pré cristãs o faziam.
Diante dessas idéias é que volto a perguntar: O que teria a ver uma pessoa que se diz praticar Wicca buscar em São Cipriano algum ensinamento?
Parece que algumas pessoas gostam de viver à sombra do prosaico catolicismo, gostam de se imaginar no fogo da inquisição. Como alguns evangélicos que falam mal dos católicos, mas que crêem num diabo muito mais poderoso que o dos católicos, e que se não fosse esse diabo não conseguiriam encher os bolsos de dinheiro a custa do medo alheio.
Engraçado que, muitas vezes, as mesmas pessoas que compram um livro de Cipriano para fazer rituais em cemitério são aquelas que mandam e-mails indignados sobre reportagens que falam que Wicca, bruxaria, feitiçaria é coisa do capeta.
Que tal começarmos a defender aquilo que acreditamos de forma correta e clara? Estudando de tudo, até Cipriano, se for o caso, mas deixando cada coisa em sua gaveta.
Que tal nos posicionar como pessoas de fato felizes pelo fim da inquisição, cientes da conotação política que essa ação teve no passado?
Que tal nos voltar aos ensinamentos reais de uma religião que cultua a natureza e tudo que ela contém? As trevas, a escuridão, a obscuridade, a destruição, o oculto... Mas também, a luz, o dia, o sol, as cores, os nascimentos?
Que tal aprendermos o que é viver o ciclo vida-morte-renascimento com mais prazer, mais liberdade, mais conhecimento, mais responsabilidade, agindo em prol da Mãe Terra, sem jogar papel ou pontas de cigarro na rua?
Espero que possamos entender que é possível beber água de muitas fontes,e que, embora em todas as fontes encontremos água, o caminho para chegar a cada fonte é diferente, e a água pode adquirir características diferentes de uma fonte para outra.

Bênçãos!

26 de outubro de 2008

Como cuidar do seu cristal

Os cristais, pedras preciosas ou semipreciosas são itens muito utilizados em práticas mágicas, decoração de altares e casas, como amuleto, talismã, acessório, etc.
Item que atrai fãs, especialmente entre o público feminino, os cristais e pedras são mercadorias que vendem muito em qualquer loja de produtos mágicos, decoração ou joalheria. Conhecemos, em especial em grandes centros, lojas especializadas somente em cristais e pedras.
No entanto, devemos ter consciência ao adquirir tais itens, observando que o reino mineral não é uma fonte inesgotável e, mais cedo do que tarde, acabará.
Utilizemos e compremos com responsabilidade, pois praticar magia, celebrar os Antigos, a vida e a Terra, pressupõe a utilização de determinados instrumentos, dentre eles pedras e cristais. E praticar magia, comungar com a vida, com a natureza e com os Deuses é reafirmar nossa condição de UM com o todo, razão pela qual se faz necessário o uso ponderado e equilibrado de tudo que tem sua fonte na Terra, nossa casa, parte nossa.


COMO ESCOLHER UM CRISTAL

Escolhemos uma pedra ou cristal como quem escolhe um amigo. Muitas vezes basta ouvir o nome de determinado mineral e já ocorre uma simpatia natural. Em outros casos, demora um tempo até que sejamos atraídos, demora um certo tempo para apreciar e admirar, até mesmo utilizar.
Em determinados momentos de nossas vidas, um mineral nos chega exatamente porque assim tinha de ser. O mineral nos chega porque a vida assim impõe. Necessitamos de energia, renovação, cura, ou seja, o mineral nos auxiliará em determinada área de nossa vida. É o que chamamos de sincronicidade.
Assim, o mineral pode nos chegar como um presente de um amigo, um achado, um súbito interesse ao nos depararmos com ele numa loja, sem nem ao menos saber que pedra ou cristal é aquele.
Também acontece de nos ligarmos a um determinado mineral, mas não o encontrarmos de modo algum. Segundo algumas teorias isso pode ocorrer porque ainda não estamos preparados para a aquisição e uso daquele determinado cristal.
Portanto, sempre que for escolher um cristal, deixe que seu interior fale por você. Segure-o em suas mãos, sinta a energia que vem desse maravilhoso presente da Terra.
Se estiver comprando um cristal de presente a um amigo, mentalize seu amigo no momento em que estiver segurando o cristal. Tente sentir qual melhor se adequará à necessidade dele.


A LIMPEZA DE SEUS CRISTAIS

Os cristais absorvem as energias das pessoas e ambientes. Vejamos como isso funciona.
No campo molecular, inúmeras formas de energia negativa se acumulam nos cristais por sua sensibilidade às influências negativas como maus pensamentos, por exemplo.
Essas energias não atingem o núcleo do cristal, que se mantém intacto diante de tais influências. No entanto, podem bloquear a emissão energética do cristal, razão pela qual se faz necessária a limpeza.
A limpeza deve ser feita em média a cada duas semanas para cristais que não são utilizados diretamente como instrumentos mágicos, esses últimos devem ser limpos logo após a utilização mágica.
Obviamente, a limpeza deve ser feita também quando adquirimos o cristal.


MÉTODOS DE LIMPEZA

Para limpar os cristais, de um modo geral e simples, utilizo duas técnicas. Escolha a que melhor lhe aprouver.
A primeira consiste em enterrar o cristal em sal marinho ou sal grosso por 24 horas e em seguida, lavar com muita água fresca. Se puder lavá-los em um riacho, melhor. Na impossibilidade, use água da torneira mesmo.
No segundo modo de limpeza, mergulhe os cristais num recipiente com um bom punhado de sal marinho ou sal grosso e água. Deixe-os por 24 horas.
O sal é um purificador muito conhecido em práticas mágicas. Desde as mais superficiais, até as mais profundas. Ele neutraliza as vibrações energéticas negativas.
Existem outros métodos de limpeza, como a defumação com incenso de sálvia, artemísia, entre outros.
Alguns cristais não devem ser limpos com sal, a exemplo da Malaquita, portanto, pesquise sobre seu cristal antes de adquiri-lo.


ENERGIZAÇÃO DO CRISTAL

Após a limpeza, os cristais devem ser ativados ou energizados.
Utilize as forças da natureza para ativar seus cristais, como tempestades, ventos fortes, sol forte, raios lunares e a própria terra. Enterre seus cristais na terra e os deixe por 24 horas.
De modo geral, tudo aquilo que energiza o ser humano também energiza o mineral.
Cuide bem desses grandes amigos, pois são ferramentas muito úteis no dia-a-dia mágico.
Abaixo deixo com vocês um breve guia para a utilização de alguns cristais. Lembrando que muitos tem outras indicações, além das elencadas abaixo.
Espero que seja útil a vocês.


ALGUNS CRISTAIS E INDICAÇÕES

Ágata: É uma espécie de “coringa”. Favorece as finanças, o amor, longevidade, confiança, proteção. Expressa a abundância da Grande Mãe, por isso também é excelente para fecundidade.

Água Marinha: Traz paz, harmonia. Elimina medos e ansiedades.
Alexandrita: Excelente para evitar energias psíquicas exteriores que venham a exercer influência sobre nós.


Ametista: Favorece práticas mágicas. É um cristal potencializador e uma das mais importantes pedras para questões espirituais.

Azeviche: Favorece a clarividência.

Azurita: Excelente para promover sonhos psíquicos.

Calcita: Dependendo da cor tem sua aplicabilidade específica. A branca favorece questões espirituais. A cinza traz paz. A amarela beneficia questões intelectuais.

Citrino: Pedra equilibradora, utilizada para repor equilíbrio mental, físico e espiritual. Dissolve emoções negativas. É muito relacionada a forças solares.

Diamante: Independente de se considerar seu valor material, o diamante favorece relações duradouras. Não é por outra razão a tradição de se dar um diamante a alguém especial.
Infelizmente essa tradição transformou-se em “dar a alguém para impressionar pelo valor monetário”.

Esmeralda: Além de suas propriedades harmoniosas, favorece a capacidade de amar.
Granada: Ativa o apetite sexual, pois atua na imaginação, criatividade e disposição.


Heliodoro: Favorece o altruísmo, dons de cura e conexão com os Deuses.

Hematita: Melhora a auto-estima, deve ser utilizada por pessoas que lidam com o público, pois combate energias nefastas vindas de outras pessoas em nossa direção.

Jaspe: Trabalha lentamente, favorecendo áreas diversas de acordo com sua cor. Jaspe Marron favorece questões ligadas à terra, questões de fecundidade, germinação. Jaspe Amarelo melhora a disposição física e espiritual. A de cor verde nos liberta de aspetos passados que não conseguimos nos desvencilhar.
O vermelho pode trazer problemas mau resolvidos à tona para sua eliminação definitiva.

Obsidiana: Extremamente usada em ritos de vida-morte-vida.

Olho-de-tigre: Afasta inveja e faz perceber nossas próprias falhas.

Ônix: Traz força e energia para momentos difíceis e confusos da vida.

Pedra-da-lua: Como o próprio nome sugere, é ligada à força lunar, equilibrando emoções e agindo também no incosciente.

Quartzo fumê: Neutraliza influências negativas.

Safira: Alinha o mental, o físico e o emocional. Além de favorecer a intuição.

Turmalina negra: Usada para assentar as forças espirituais no corpo físico.

Turqueza: Ideal para presentear amigos que trabalham com baixa magia

24 de outubro de 2008

VENEZA, A Cidade Ocultista


Veneza situa-se na região nordeste da Itália e é conhecida mundialmente por seu carnaval, por suas românticas gôndolas, e por suas ruas antigas, recheadas de histórias de amores, encontros, suspiros... Quem é que nunca pensou em passar a Lua de Mel em Veneza?
Enfim, Veneza é repleta d’amore. Mas como nem só de amor se vive, Veneza também ficou conhecida como grande potência militar e um importante pólo comercial e cultural do mundo medieval.
Nesse contexto, e aqui viajamos para o século XVI, encontramos uma Veneza carregando uma bagagem interessantíssima, lotada de intelectualidade, filosofia e, o que nos interessa no momento, ocultismo.
Sabemos que, à época, Roma era a cabeça espiritual que regia todo o mundo dito civilizado, dando uma vasta “contribuição” a este com a famosa Santa Inquisição.
Ocorre que Veneza e Roma, bem como qualquer potência política, eram movidas por interesses e, como é se de esperar, certos interesses no mais das vezes geram conflitos.
Além de interesses políticos, Veneza e Roma discutiam calorosamente sobre doutrina religiosa e independência ideológica.
O então Papa Clemente VIII, que de clemente não tinha nada, nutria suas suspeitas de que Veneza era um enorme depósito de “hereges”, que eram na realidade calvinistas, luteranos e estudantes de ocultismo.
A bem da verdade, ele não estava enganado, pois Veneza abrigava pensadores, intelectuais liberais e ocultistas. Havia um grande caráter liberal em Veneza, conquistado por meio de negociações entre os governantes venezianos e a Igreja.
É certo que Veneza teve concessões. Tais eram essas concessões, que podia-se encontrar “livros proibidos”, elencados no Índex da Igreja Católica, circulando pelas ruas da cidade. Por essa razão, Veneza atraía inúmeros estudiosos e pensadores não-ortodoxos. Um dos mais famosos foi Giordano Bruno, de quem pretendo tratar numa outra ocasião.
Em meados de 1521, Veneza, como não tinha sido diferente no passado, continuava desafiando o poder do Vaticano e criando suas próprias regras de Inquisição. Como, por exemplo, banir a tortura como método inquisitório.
Tamanha era a independência geradora de animosidade de Veneza em relação a Roma, que quando o rei da França Henrique III, homem conhecido por seu interesse em magia e patrono de Nostradamus, foi assassinado, Veneza deu asilo ao seu sucessor, que era simpatizante do protestantismo.
Dá para visualizar o porquê de Veneza atrair livres pensadores e ocultistas, não é?
Em 1587, foi fundado em Veneza a Accademia degli Uranici, onde se reuniam famosos ocultistas da Idade Média.
Seu fundador, Fabio Paolini havia publicado várias obras importantes, entre as quais um tratado sobre a memória, chamado Hebdomades, que veio a se tornar uma espécie de bíblia ocultista, considerado por muitos como o maior exemplo do ocultismo veneziano.
As reuniões da Accademia eram realizadas, na maior parte do tempo, às escondidas nas casas dos membros.
Além de, claro, ocultistas e pensadores liberais, seus membros também eram compostos por livreiros ocultistas que eram a fonte da doutrina ocultista de Veneza. Um deles era Giovanni Battista, conhecido como Ciotto, seguidor das idéias de Giordano Bruno sobre mundos paralelos, e dono de uma livraria chamada Minerva, situada na rua Merceria, a mais importante da cidade.
Das reuniões ocorridas às portas fechadas em lugares discretos de Veneza pouco se sabe. Mesmo depois que a Inquisição conseguiu capturar alguns de seus membros, nada se falou sobre as tais reuniões. Nos processos pelos quais passavam os acusados, quando algo relacionado a ocultismo, Accademia, membros pertencentes, etc era suscitado, ninguém revelava nada. Ao contrário, negava-se veementemente qualquer ligação com magia, ocultismo ou reuniões para discutir idéias correlatas.
Mas a verdade sempre se esconde atrás daquilo que ilude nossos olhos, e o legado ocultista deixado por meio de idéias, livros, fragmentos, etc nos mostra o que realmente acontecia. Nada mais que uma forma de proteger o que e quem ainda restava livre das garras da Igreja.
Veneza, portanto, nos reserva tesouros importantes, além do amor e do romantismo, deve ser tratada com o carinho e o respeito que merece, por ter sido um lugar onde se podia desafiar, ao menos um pouco, o poderio da Igreja.
Passemos a olhar além dos olhos, a perceber do que somos capazes quando detemos conhecimento, sabedoria e vontade.
Veneza é o arcano 11 do tarô... Sem dúvida!

Beijos a todos

20 de outubro de 2008

Sob a influência de qual lâmina do Tarô você está agora?

Resolvi falar um pouco sobre a vida e sua relação com o Tarô.
Para aqueles que são familiarizados com esse maravilhoso amigo oráculo fica fácil estabelecer a relação de cada lâmina com um determinado momento na vida.
Não pretendo abordar o tão comentado Caminho do Louco, porque temos vasto material sobre essa intrépida jornada.
Minha intenção é fazer pensar e constatar a existência de uma linha que liga – e muito – nossas experiências com as cartas do Tarô.

O MAGO

Algum dia, em algum momento, seja idoso, seja adolescente, você sentiu que tinha tudo de que precisava nas mãos, um caminho promissor e sedutor, uma oportunidade e a grande chance de mostrar a todos o seu valor, e de repente, não mais que repente, você sente que não sabe o que fazer?
O fato é que você quer, você pode, mas por alguma razão você não sabe como agir.
Na verdade, nesse momento lhe falta algo, talvez mais bagagem de vida, experiência, conhecimento, um diploma... E então duas coisas podem acontecer: Você vai e enfrenta essa dificuldade e se vira para conseguir aprender e esconder dos outros que lhe faltavam alguns atributos, ou você se dedica a aprender antes de encarar o desafio.
Isso porque O Mago é curioso e quer agir mesmo sem saber ao certo como e o que alcançar.
É fácil notar essa postura em algumas pessoas que começam um curso de graduação ou quando começam em um determinado emprego, ambos muito almejados. Querem abraçar o mundo, conquistar altos postos, fazer uma carreira brilhante, ter reconhecimento por um excelente desempenho, mas não sabem exatamente como fazer isso e o que realmente alcançar. Buscam informações, experiência, investigam o caminho e agem, seja de forma impulsiva e tropeçando no caminho, seja com mais calma.
Esse é o seu momento Mago!

A SACERDOTISA

A Sacerdotisa representa o conhecimento de tudo aquilo que é oculto e que se manifesta no mundo físico. Logo, quando estamos sob essa influência tendemos a encontrar respostas ocultas para tudo aquilo que nos acontece. Muitas vezes por insights sabemos como agir diante de uma situação difícil ou compreendemos o estágio pelo qual estamos passando.
É o momento em que temos o conhecimento de tudo aquilo que está por trás de uma cena, compreendemos a mensagem nas entrelinhas, enxergamos o lado oculto das coisas. E isso é fruto de nossa conexão com níveis mais elevados e com a abertura de nossos canais de percepção.

A IMPERATRIZ


Chega um momento – ou vários – em que estamos totalmente tomados de paixão por alguém ou por um projeto. Os sentimentos falam muito mais alto e então nos dedicamos efetivamente àquilo que nos fez apaixonar.
Criamos, construímos, modelamos e trabalhamos naquilo que nos satisfaz. Uma idéia que passa a ser posta em prática e pela qual empenhamos todos os nossos esforços. Essa é a energia da Imperatriz, A Grande Mãe. E é tal qual uma mãe que cuida de seus filhos, que buscamos realizar e produzir alguma idéia.
Nesse ponto estamos agindo dia-a-dia para que um projeto ou uma relação seja sólida, forte, sem nunca esquecer a força sentimental pulsando de dentro para fora.
Toda vez que nos focamos em algo tal qual uma mãe em seus filhos, estamos diante da força da Imperatriz em nossas vidas.

O IMPERADOR

Quando empreendemos todos os nossos esforços num ideal e este passa a se movimentar sozinho, sem que precisemos estar a todo o tempo nos dedicando, sentimos a necessidade de uma renovação ou até mesmo de um novo caminho.
Não é nosso desejo abandonar aquilo que construímos, mas dar ênfase em outras áreas de nossas vidas.
E é quando temos o poder de renovar e empreender outros aspectos de nossas vidas que sentimos a força confiante, capaz e firme do Imperador.
Nesse estágio estamos convictos de que tudo o que construímos foi um sucesso e então ansiamos por novos desafios, novas jornadas, novos horizontes a serem conquistados.
Essa força é tão forte que, muitas vezes, nos esquecemos do nosso lado sentimental, nosso lado frágil... Não há espaço para nos sentirmos vítimas ou fracos, pois enxergamos nossas conquistas, sabemos do nosso trabalho bem executado e então precisamos de mais.

O HIEROFANTE

Sempre existe a fase do muro das lamentações. Fase em que estamos tão absortos em ajudar o outro, a passar nosso conhecimento, a dividir com o próximo um pouco da nossa paz.
Tem gente que passa a vida inteira sob forte influência do Hierofante, pois é tido pelos outros como um conselheiro, um guia, um ombro amigo que não apenas escuta, mas que traz a paz, a fé na vida, o perdão.
Tem gente que não possui muito essa tendência, o que não significa ser pior ou melhor, apenas diferente. Nesse caso a influência do Hierofante se dá no nível interno. É aquele momento em que nos encontramos com nossos mentores espirituais, nossos guias internos, nossa verdade interior.
Tenho certeza de que alguns podem não passar pela primeira experiência de ser o Hierofante alheio, mas certamente todos nós nos encontramos, vez por outra, com nosso Hierofante interno.


OS ENAMORADOS

Por essa todos nós passamos e muito na vida. A escolha. E é verdade mesmo: a vida é feita de escolhas. Quando o arco VI chega, traz consigo a dúvida e a necessidade de se posicionar, tomar uma decisão, fazer uma opção.
Num belo dia, como tantos de um belo ano, precisamos escolher qual trilha tomaremos. A falta de grandes escolhas nos remete a uma vida pequena, morna, enfadonha e triste. É natural ter medo de escolher um caminho, afinal, deixaremos para trás algo que nos era caro ou que nos era confortável. Sempre fazemos nossas escolhas baseadas naquilo que vamos deixar para trás, o perigo é se prender demais naquilo que DEVE ficar para trás por medo do novo.
A influência do arco VI é talvez a de mais fácil visualização, afinal, fazemos escolhas – grandes ou pequenas – todos os dias. E é através dessas escolhas que moldamos a teia de nossas vidas.

O CARRO

Sempre depois de uma grande escolha na vida, vem o momento de seguir em frente e administrar a escolha. Essa fase sempre vem com uma promessa de vitória, afinal, escolhemos nosso próprio destino e é bem possível que tenhamos vitória. Entretanto tendemos a lamentar aquilo que deixamos para trás, pensando na vida que poderíamos ter tido se tivéssemos optado por outro caminho. Seguimos em frente mesmo assim, pois fizemos a escolha, assim quisemos! Mas fica a dor daquilo que deixamos em algum lugar. Na verdade talvez a dor seja de deixar para trás um pedaço de quem fomos – quando não por completo – e de quem poderíamos ter sido se optássemos de força diferente.
Todos nós temos esse sentimento e é por isso que embora um ótimo futuro se avizinhe, embora tenhamos sido donos de nosso destino, essa fase é um tanto dolorosa.
Lembremos que quem conduz o carro é o condutor e é desse que depende a chegada segura ao destino desejado.

A JUSTIÇA

A lâmina da Justiça se refere à justiça humana, mais ou menos como um “toma lá, dá cá”. Pois bem, quando você sentir que determinado fato ocorreu por razões de causa e conseqüência (sejam boas ou más) estará sob a influência da Justiça.
É o momento do troco, da troca, de um favor recebido sem esperar, de uma perda, de uma conquista. Ou seja, tudo aquilo que vem de outra pessoa em sua direção, e que temos aquele insight de que o que recebemos é nada mais nada menos que o fruto de nossos próprios atos. Afinal, somos parte de um todo.

O EREMITA

Esse é aquele momento em que quem o conhece superficialmente tende a julgá-lo como um chato, um arrogante ou um encalhado. E se você, assim como eu, for uma mulher, a coisa complica mais ainda!
O fato é que O Eremita toma conta de nossas vidas naqueles momentos em que nos retiramos de cena, naquele momento em que aprendemos a valorizar tudo aquilo que tem real importância em nossas vidas. A vontade de se isolar é maior que outras vontades outrora tão latentes.
Essa retirada não é, em alguns casos, pesarosa. No entanto, pode ocorrer de a pessoa não se dar conta da necessidade de uma pausa para compreender seus valores e suas limitações. Neste contexto, realmente, o indivíduo se sente oprimido e muitas vezes confuso sobre qual decisão tomar (seguir como está, ou dar a parada).
O chamado do Eremita pode vir como um sentimento de angústia repentina, principalmente para pessoas muito ativas, que não têm tende a respeitar seus próprios ritmos. Porém, uma vez entregue ao poder do sábio Eremita, a pessoa sob sua influência parte rumo à experimentação de paz e tranqüilidade indescritíveis. Não é por outra razão que passa, muitas vezes, a ser um bom amigo conselheiro, aquele que, tal qual a figura da lâmina, leva luz ao próximo.


A RODA DA FORTUNA

Este é o momento-destino!
Estar sob a influência deste arcano é estar vivo, é receber o resultado de nossas escolhas. Resultado esse que nos chega por vias muitas vezes não muito críveis. Coisas estranhas acontecem, coisas boas e coisas más. É a grande roda da vida, uma vez embaixo, noutra vez em cima.
No entanto, tudo como forma de aprender e evoluir.
Trata-se de um momento de mudança, quando passamos do lado de cima da roda para o lado de baixo, ou o contrário. Muitas vezes, nessas situações, nos perguntamos o por quê. Mas a resposta só nos vem algum tempo depois.

A FORÇA

Nos momentos em que tudo foi perdido e todos ao redor se desesperam, você mantém a serenidade e o controle, estufa o peito, faz o que tem de ser feito e transmite essa força aos demais. Posso lhe dizer, é a influência do arcano XI.

O ENFORCADO

Eis um momento em que estamos parados, estagnados, esperando uma mudança que muitas vezes depende de nós mesmos e, embora soframos com essa espera, nada fazemos para que a mudança ocorra.
Note que nessa situação você não sofre por estar estagnado, às vezes é até uma posição aparente confortável e cômoda, mas que mascara a realidade, impedindo a mudança e, conseqüentemente, a evolução.
Uma outra forma de enxergarmos a influência do Enforcado é como aquele momento em que é necessário estar numa posição de estagnação e nos sacrificamos para tal, buscando, com isso, a conquista de um ideal maior.
E existe ainda a situação de entrega espiritual, em que você abdica de muitas coisas em prol de sua filosofia religiosa.
Todas são influências do arcano.

A MORTE

Términos bruscos, separações, mudanças internas e externas, todas são influências da Morte. Sempre são dolorosas e, nesses momentos, necessitamos entender o motivo das mudanças. O real motivo é a renovação em nossas vidas.
Não é uma tarefa fácil, pois implica no fim de algo para o nascimento de coisa frontalmente diversa.. É como sair da pobreza repentinamente, ou perder tudo o que se tem também repentinamente.
Ficar muito rico pode parecer ótimo, mas pode doer ter de se desligar de certos aspectos da vida (não que não se acostume rápido, claro). É a dor da transformação do ego, da vida..

A TEMPERANÇA

Chega aquele momento em que tudo está em seu lugar, nada de surpresas internas ou externas, o que pode gerar, para algumas pessoas, uma leve sensação de tédio. Coisa, infelizmente, normal nos seres humanos. Necessitamos de adrenalina, viver implica batalhas, emoção. Quando nos deparamos com situações de calma interna e externa somos impelidos a transformar essa calmaria em qualquer outra coisa.
Mas essa transformação realizamos sob influência de outra Lâmina, pois na Temperança, no mais das vezes, tem-se a sensação de que tudo está como e onde realmente deveria estar.

O DIABO

Agora estamos entregue a nossos desejos e vícios, na exata amplitude que tal afirmação abarca. Isso porque o arcano XV é muito abrangente.
Mas, basicamente, estamos sob influência do Diabo quando nos entregamos às delícias da vida, como o sexo, também quando estamos apaixonados por alguém que nos desperta desejo sexual intenso, ou apaixonados por algum ideal profissional, algo que lhe será rentável, pois o Diabo rege também as ambições.
Também estamos diante dos vícios, logo, está sob influência desta lâmina aquele que se entrega a todo e qualquer tipo de vício.

A TORRE

A influência da Torre consiste na quebra de estruturas, uma mudança brusca de um conflito que existia já há muito tempo.
A própria situação de conflito é dolorosa e nos obriga a despender muita energia, mas não conseguimos nos desvencilhar da situação facilmente, até que a Torre vem e provoca uma reviravolta dolorosa.
Essa reviravolta causa dor e vem de maneira a nos fazer questionar nossa posição no problema.
É sentida, por exemplo, no término de um relacionamento que há muito tempo nos impedia de crescer, mas que não tínhamos força para colocar um ponto final.
Como conseqüência desse processo, temos, depois de um tempo, a libertação de tudo que nos aprisionava e a limpeza necessária para que o novo possa surgir.


A ESTRELA

A força dessa lâmina nos traz a esperança de dias melhores, seja em uma situação de angústia ou de possibilidades de melhorar uma situação que já era boa.
Estamos sob essa influência quando começamos um projeto novo, pois novas idéias surgem, novos investimentos parecem promissores e, então, temos a sensação de que tudo vai melhorar a cada dia.
Em verdade, trata-se de daquela porção de otimismo que todos nós guardamos em relação ao futuro de alguma coisa.

A LUA

Sempre que nos entregamos ao nosso interior, a ouvir a voz do nosso inconsciente, estamos sob influência da Lua.
Paramos para sentir o momento, encontrando respostas dentro de nós mesmos.
Pode ser uma situação difícil quando temos a tendência a racionalizar as emoções. Tal qual é a natureza da Lua, essas circunstâncias são transitórias e cabe a nós aprendermos ou não com essas experiências.

O SOL

Quando estamos sob a influência do Sol, tendemos a enxergar tudo a nossa volta com mais clareza. É, portanto, uma influência que traz enorme satisfação, ainda que enxergar com clareza signifique deixar para trás certos aspectos de nossas vidas.
Não traz dor porque aqui estamos naquele estágio de alegria, em que queremos algo novo, e esse algo se manifesta em nossas vidas.
Também marca aqueles momentos em que estamos felizes na companhia de amigos, sejam novos ou antigos.
Por outro lado, o Sol pode trazer uma influência negativa, pois sua luminosidade tanto ilumina quanto cega. Esse estado de cegueira pode nos conduzir à falsa idéia de alegria.

O JULGAMENTO

É chegada a hora do acerto de contas. Esse arcano marca aqueles momentos em que somos chamados pela vida a certar contas, tanto conosco como para com o próximo.
Traz sempre uma solução, um acerto para determinada situação. Esse acerto pode ser positivo ou negativo, dependendo de nossos atos e dos atos dos outros.
Podemos notar a força do julgamento atuando em nossas vidas quando somos forçados a resolver uma injustiça praticada, por nós ou pelos outros. Nesse momento temos a oportunidade de solucionar a pendência.


O MUNDO

Sabe aquele momento em que conseguimos algo que almejamos há muito tempo? Pois a sensação de satisfação por essa conquista e a própria conquista em si são influências do Mundo.
Momentos de incrível felicidade e satisfação são influencias dessa lâmina.
Também sentimos a influência do Mundo quando terminamos um trabalho e então é chegada a hora de dar o próximo passo, carregando conosco o doce sabor da conquista e satisfação.

Bem, essas são, em linhas gerais, as influências de cada arcano em nossas vidas.
Não devemos esquecer que uma situação pode, e em geral é o que ocorre, englobar não um único arcano, mas diversos.
Por isso, aconselho sempre a leitura com mais de uma carta, para que possamos avaliar de forma mais completa a situação em que nos encontramos.
Cada lâmina encerra em si um universo, uma mensagem, uma lição, uma luz para aquele que procura conhecer a si, seu meio e aos outros. É a ligação direta com algo superior? Com seu Eu Interior? É puro raciocínio embasado na capacidade de assimilação do ser humano?
Bem, deixo a vocês essas perguntas e um convite: Experimente o Tarô, conheça-o, construa uma amizade com ele e, então, poderemos discutir esses questionamentos.
Aposto que será, no mínimo, divertido!

16 de outubro de 2008

A MULHER IDEAL

*Um comentário antes de ler:

Esse texto foi escrito há alguns anos e algumas coisas mudaram desde que escrevi esse mini ensaio, eu já não fumo, eu já não sou solitária no caminho estranho de ser.

Porém, continuo detestando novelas, falando alto sendo um mulher longe, bem longe do normal e ideal... Graças aos Deuses!


Não...

Definitivamente, nunca fui.

Também nunca fui a filha ideal, tive meu filho aos 17 anos, de um porra louca com a cara do River Phoenix.

Também nunca fui a amiga ideal, retorno as ligações das pessoas queeu mais amo, semanas depois.

Nunca fui a adolescente ideal, a Legião Urbana estava muito longe deser a minha banda predileta.

Como cidadã, não posso dizer que sou ideal... jamais acreditei que o Lula pudesse mudar o Brasil.

A mãe ideal?

Não, também não sou... avental sujo de ovo? Deuses!

Acabei de me dar conta daquilo que menos sou: a mulher ideal.

Céus, que ser é esse?

Quando ouvi de sua ex - ser dotado de estranha submissão, chacota deLilith, a Eva sem Adão- que eu não sou a mulher ideal para você, fiquei feliz.

Talvez isso me deixasse chateada tempos atrás...Hoje me orgulho. Amanhã talvez não. Quem vai saber?

Não sou o tipo de nora que sua mãe adoraria ter. Eu odeio tricot e faço ela se lembrar, com o gosto amargo, daquilo que ela deveria ter sido se deixasse de pensar como o seu pai queria.

Também nunca serei a namorada ideal para você. Eu falo alto, eu sou um imenso sorriso, e muitas bofetadas. Além do mais, eu fumo, eu bebo, odeio novelas, gosto e, muitas vezes, preciso estar sozinha entre meus livros e músicas...Sou mãe, filha e caçadora. Jamais dependerei da sua aprovação, da sua voz, do seu dedo me indicando o que fazer..Sou tudo aquilo que você mais teme, meu amor... a devassa, a bruxa, a mulher, a Deusa...

Sou a aquilo que muitas sempre desejaram ser e nunca tiveram coragem. Sou feliz assim.

Sou feliz por ser assim, embora seja um tanto solitário esse caminho.

Cada um tem o que merece, o que planta e colhe...

Frases feitas...

No fundo a verdade é esta: Aquele que vencer o desequilíbrio e o medo, poderá me possuir, e eu também poderei possuí-lo.

Aquela que tiver a coragem de ser quem se é, será minha igual e nos admiraremos mutuamente.

Poucas pessoas corajosas encontrei na minha, ainda curta, jornada, e as maiores, posso dizer com firmeza, foram as que ousaram SER.

Claro, tem que observar bem porque quem É, simplesmente É, sem precisar contar seus títulos.

Para muitos, tudo isso é ser diferente, estranho... Para alguns, ser normal é ser o que se é (e não é?), simplesmente viver intensamente a liberdade ofertada.

Todos podem escolher por qual trilha seguir.

O que é ser normal para a sociedade? Ideal para os padrões?

Palavras chatas e mornas, são bocejos...

Normal como a tarde de um desempregado.

Ideal como uma diarréia no baile de formatura.

Que os Deuses jamais permitam que eu seja normal-ideal!