19 de abril de 2013

VIVENDO A BRUXARIA NO BRASIL

O Brasil é um país jovem, uma colônia que ascendeu, se libertou, cresceu – e como cresceu – mostrando suas caras ao mundo. Sim, suas caras, pois o Brasil é feito de pluralidade, miscigenação, um pouco de tudo... cada pouco misturado ou separado, mas ainda assim um pouco de tudo.
A Bruxaria no Brasil não poderia ser diferente. A Bruxaria no Brasil não tem uma, mas muitas faces.
A Arte no Brasil é relativamente jovem, se em comparação a outros países, mas esse motivo não a faz irrelevante ou fraca. Nem mesmo as dificuldades de adaptação da roda do ano, originária do Hemisfério Norte, nos impossibilitou de crescer forte. Cada qual a seu gosto, cada praticante a seu estilo, faz da Arte no Brasil uma mistura interessante.
A Bruxaria no Brasil é jovem, às vezes até um pouco inocente ou infantil aos olhos de alguns.
Mas não está nas mãos dos jovens o futuro de o que quer que seja?
Podemos ser jovens, sim, tal qual o nosso país. Mas devemos nos orgulhar do tanto que aqui já foi feito pela Bruxaria.
Por mais que digam que Bruxaria é modismo, que muitos aparecem do nada como supra sumo sacerdotes da cocada preta, e, de certo modo, isso realmente não deixa de acontecer, eu gostaria de trazer também o outro lado. Portanto, levanto uma reflexão.
Olhemos para o passado. Vai, dez anos. Não mais que isso. Quem eram os pagãos que trabalhavam em prol da Arte no Brasil? Onde eles estão agora?
Vocês vão notar que muitos deles estão fazendo exatamente o que faziam antes. Trabalhando. Gostem vocês de fulano ou não gostem de beltrano, se olharmos para atrás, nessa linha do tempo curtinha em termos de História, veremos que existem pessoas fazendo algo pela Arte no Brasil. E isso tem seu valor. Alguns aparecem mais, outros menos, mas eles se mantém firmes.
Também existem aqueles que fizeram e hoje não mais fazem. Esses também deram sua contribuição e devem ser honrados, pois, de certo modo, deixaram seu legado.
Nesse meio tempo também surgiram novas figuras que se tornaram importantes, que dão sua contribuição ao meio pagão brasileiro. Merecem nosso respeito também.
Obviamente, muitos deslumbrados se tornaram pseudo celebridades, muito mau caratismo é acobertado por falsas intenções de fortalecer a Arte, muita sujeira e mentira é varrida para o canto do gramado a fim de que se possa tripudiar em cima de outros que, de repente, podem ficar mais em evidência... Ah, existe de tudo um pouco, cada pouco misturado ou separado, mas ainda assim um pouco de tudo.
Mas o importante é olhar a nossa Bruxaria com orgulho do que ela é.
Quantos de nós sente orgulho de ser bruxo no Brasil?
Talvez essa pergunta lhe faça pensar... “Tenho mesmo orgulho?”
Trago essa reflexão para que todos nós pensemos em nossos atos em prol da Bruxaria.
O que você faz? E o que faz, faz de peito aberto ou visando interesses escusos?
Como você honra as pessoas que fizeram e fazem pela Arte? Quanto da sua vaidade acaba te cegando por que o outro aparece mais? Por que isso te incomoda tanto?
Será que não há nada mais importante na Arte do que a massagem em nosso próprio ego?
Penso que há. E aqueles que isso compreendem, se mantêm firmes mesmo diante dos percalços. Esses devem nos inspirar, nos orgulhar. Esses devem ser honrados. E a cada um de nós cabe ser pagão de verdade, ser bruxo de verdade, da pele às entranhas e fazer por onde ter orgulho, sim, de ser pagão no Brasil, um país plural... um país de paganismo plural.

Por Lua Serena

2 comentários:

Magnus Vondrake disse...

Olá Lua.

Aqui em Salvador, assim como em qualquer parte do mundo existem os ‘Egowitches”. Tenho uma colega dos EUA que toda hora quebra pau com outros praticantes de lá, só porque ela falou que a lua é assim e outro acha que a lua é assado.

Na meu tempo de prática aprendi que muitos bruxos, feiticeiros, magos, xamãs sérios as vezes se tornam arrogantes. Ou por falta de paciência ou porque descobriram tantas coisas maravilhosas que não “perdem mais tempo” com ‘novatos’ ou com pessoas que julguem inferiores a eles.

Isso é um saco.

Entretanto, pelo que acompanho também, percebo que muitos “Egowitches” se jogaram na bruxaria (independente de seu seguimento) por modismo mesmo, ou por fanatismo ou por procurarem um psicólogo astral, porém, menos por praticar a bruxaria e ascender como pessoa e praticante da Arte.

Como você mesma falou, a bruxaria é nova, isso não vai mudar agora e nem tão cedo. Na minha opinião, a melhor coisa a ser feita é permanecer de mente aberta a novas possibilidades e aos ‘Egowitches’ dar o simples “claro, claro... você está certo/a”.

Até porque a prática da Arte, seja ela no formato da bruxaria (sacerdotal ou de ofício), seja na feitiçaria, seja no xamanismo, etc é muito extensa, complexa e depende de tempo e dedicação. Não dá para ficar perdendo tempo com pessoas com complexo e egos feridos, bater-boca (mesmo as vezes tendo que se dar pequenos cala-bocas). O mesmo tempo que se faz isso, perde-se tempo crescendo.

Eu mesmo aprendi (a duras penas) a discordar, mas não acreditar que minha opinião é verdadeira. Se eu não concordo, discordo mesmo, mas guardo a opinião da pessoa para quando minha mente não estiver me protegendo e estiver com vontade de abrir meus olhos para analisar a opinião que outrora eu discordei da pessoa.

Existem muitos praticantes assim porque são praticantes. Mas a grande maioria ou é evangélico dependendo de pastor ou “paciente” dependendo de psicólogo ou pessoas que precisam ter seu ego agraciado e outros são por modismo mesmo. Não praticam, não fazem nada e se seguram no que irão repetir e defender do que leram.

Mas, como já disse, existem muitos praticantes, então pra que se preocupar?

Um dia a coisa entra nos eixos, de um jeito ou de outro.

Assim acredito eu, é claro.

Lua Serena disse...

Essas egowitches... rsrsrs