Trecho da palestra ministrada no III Festival de Paganismo Grego, no Faces da Lua, SP/SP.
Que segredos se escondem no mito do labirinto do Minotauro?
O que era o Minotauro?
O que era o labirinto?
Quem foi verdadeiramente Ariadne?
E qual a relação de Dionísio com o mito do labirinto do Minotauro?
As respostas para essas questões estão muito além do que podemos compreender pela leitura simplificada dos mitos e lendas que cercam seus personagens. Para compreender um mito, precisamos nos despir de nossos valores atuais, precisamos cerrar os olhos do contemporâneo e mergulhar no abismo do tempo. A Arquelogia, a Antropologia, a História e a Mitologia nos fornecem pistas para o entendimento dos ritos de fertilidade, de iniciação... de vida, que cercam o labirinto, o Minotauro, Ariadne e Dionísio. Mas somente a conexão íntima com os Deuses nos conduzirá às respostas. Nesse contexto, Lua Serena puxa o fio de Ariadne e nos conduz ao centro da espiral, ao centro do labirinto, de frente para o touro de Minos. Trata-se de uma jornada imperdível ao passado, um alinhavar de fragmentos deixados pelo tempo, um passeio pelas origens da religiosidade grega, tudo temperado com as diversas interpretações de grandes estudiosos.
Tópicos abordados:
- As origens da religiosidade grega
- Knossos e o labirinto do Minotauro
- O labirinto espiralado
- Ariadne: princesa ou Deusa?
- Pistas sobre os ritos de vida e morte no labirinto
Trecho da palestra ministrada no III Festival de Paganismo Grego, no Faces da Lua, SP/SP.
Que segredos se escondem no mito do labirinto do Minotauro?
O que era o Minotauro?
O que era o labirinto?
Quem foi verdadeiramente Ariadne?
E qual a relação de Dionísio com o mito do labirinto do Minotauro?
As respostas para essas questões estão muito além do que podemos compreender pela leitura simplificada dos mitos e lendas que cercam seus personagens. Para compreender um mito, precisamos nos despir de nossos valores atuais, precisamos cerrar os olhos do contemporâneo e mergulhar no abismo do tempo. A Arquelogia, a Antropologia, a História e a Mitologia nos fornecem pistas para o entendimento dos ritos de fertilidade, de iniciação... de vida, que cercam o labirinto, o Minotauro, Ariadne e Dionísio. Mas somente a conexão íntima com os Deuses nos conduzirá às respostas. Nesse contexto, Lua Serena puxa o fio de Ariadne e nos conduz ao centro da espiral, ao centro do labirinto, de frente para o touro de Minos. Trata-se de uma jornada imperdível ao passado, um alinhavar de fragmentos deixados pelo tempo, um passeio pelas origens da religiosidade grega, tudo temperado com as diversas interpretações de grandes estudiosos.
Tópicos abordados:
- As origens da religiosidade grega
- Knossos e o labirinto do Minotauro
- O labirinto espiralado
- Ariadne: princesa ou Deusa?
- Pistas sobre os ritos de vida e morte no labirinto
Investigando a religiosidade grega, me deparei com uma antiga civilização, por muitos esquecida, mas que sempre aparece nas pesquisas que qualquer pessoa faça sobre Grécia, paganismo grego, paganismo do mediterrâneo, do mar egeu... São os Minoicos.
Há alguns anos me debruço em pesquisar sobre esse povo, sobre sua cultura e especialmente sobre sua religiosidade. Não tem sido uma tarefa fácil, mas confesso que tem sido extremamente prazerosa.
Então, decidi dividir com vocês um pouco do que pesquisei, já que temos poucas coisas em português. Sei que esses artigos não terão muitos fãs, exatamente por que a maioria das pessoa não conhece os Minoicos. Meu intuito é ajudar os poucos e loucos – como eu – que adoram essa civilização, e levar aos que desconhecem, um pouco deles. Tenho certeza que muitos que gostam de mitologia grega vão gostar dos minoicos também.
Antes de começar esse primeiro artigo, devo avisá-los: minhas pesquisas não são acadêmicas e não se propõem a ser! São fragmentos, recortes e pedaços que fui juntando, pontos que fui ligando – sim, tem muito do que eu interpretei – e há também referências de mitólogos, antropólogos, arqueólogos, historiadores, etc.
Procurarei trazer as fontes sempre que possível.
Bem, para começar essa série de artigos, primeiramente devemos nos situar no tempo e espaço históricos. Vamos para a idade dos metais (mais ou menos 4.000 AEC até 1.500 AEC). Foi nesse período, mais ou menos, que floresceu a civilização minoica. Podemos estreitar mais e dizer que foi na Idade do Bronze, dividindo esse período da seguinte maneira:
Bronze Antigo: 3000 AEC a 2000 AEC: cultura cicládica em evidência, essencialmente neolíticas.
Bronze Médio: 2000 AEC a 1550 AEC: grande influência minoica no mar egeu
Bronze Recente: 1550 AEC a 1100 AEC: supremacia e domínio micênico no mar egeu
A cultura cicládica pode ser considerada pré minoica/minoana, enquanto a cultura micênica foi a que suplantou a cultura minoica, por volta de 1550 AEC.
Nesse mapa dá para visualizar bem a influência dessas culturas no mar egeu (clique nele para ampliar).
Aos poucos falarei de cada uma delas, mas neste primeiro momento, vamos nos situar e nos focar nos Minoicos.
Pois bem. Os minoicos foram uma civilização muito poderosa, que floresceu no mar egeu por volta de 2000 AEC até 1550 AEC, espalhados pelas ilhas que conhecemos hoje como ilhas gregas. Suas principais cidades eram Heraklion, Mallia, Phaistos, Khania, Zakros, Akrotiri, Thera e Creta.
Muitas vezes, quando estudamos mitos gregos, encontramos o termo “antiga creta”. Esse termo é utilizado de forma genérica e ampla para denominar exatamente a civilização minoica. Mas, vejam, não se restringe apenas ao território da ilha de Creta, embora seja a mais conhecida por nós, talvez pelo palácio de Cnossos que fica em Creta e que foi alvo de inúmeras escavações e teorias que nos chegaram através dos estudos de Arthur Evans, a quem muitos atribuem a “descoberta” da civilização minoica. Porém, desde já precisamos dizer que não foi Sir Evans que os “descobriu”... Mas isso deixarei para outro artigo, quando falarmos das grandes vozes arqueológicas e históricas que contribuíram e contribuem para o estudo dos Minoicos.
O fato é que, segundo afirmam alguns, foi Evans quem chamou essa antiga civilização de MINOICA ou MINOANA, em honra ao rei desse povo, que todos conhecem até hoje como Minos. Porém, vocês vão perceber, no decorrer dos nossos artigos, que nada que se refere aos minoicos é tão simples, tão literal... sempre tem algo escondido, algo oculto, algo nas entrelinhas... como acontece com a mitologia grega! Claro! Estamos falando do berço de muita coisa da mitologia e cultura grega (e não só grega!). E isso tudo é o que me fascina demais!
Sem contar que é bastante complicado para muitos, inclusive historiadores, captar o pensamento de um povo que viveu há tanto tempo, num contexto, portanto, completamente diferente do nosso, cuja cultura e visão de mundo pouco ou nada tem a ver com a cultura e visão de mundo hoje. Esse é um grande desafio para qualquer buscador, amador ou não, de povos antigos.
Então, eu acho que como pagã que sou, e por nortear muito das minhas práticas religiosas particulares à luz da vida antiga no mar egeu, tenho o dever de tentar trazer aquilo que é possível dentro da visão antiga. Pretensão? Não! Apenas uma tentativa de mergulhar naquelas águas e trazer à terra alguns mistérios antigos... que tem muito, mas muito a ver com muito do que se pratica hoje no neopaganismo.
Bem, para um primeiro momento, creio que ser o bastante...
Trecho da palestra ministrada no III Festival de Paganismo Grego, no Faces da Lua, SP/SP.
Que segredos se escondem no mito do labirinto do Minotauro?
O que era o Minotauro?
O que era o labirinto?
Quem foi verdadeiramente Ariadne?
E qual a relação de Dionísio com o mito do labirinto do Minotauro?
As respostas para essas questões estão muito além do que podemos compreender pela leitura simplificada dos mitos e lendas que cercam seus personagens. Para compreender um mito, precisamos nos despir de nossos valores atuais, precisamos cerrar os olhos do contemporâneo e mergulhar no abismo do tempo. A Arquelogia, a Antropologia, a História e a Mitologia nos fornecem pistas para o entendimento dos ritos de fertilidade, de iniciação... de vida, que cercam o labirinto, o Minotauro, Ariadne e Dionísio. Mas somente a conexão íntima com os Deuses nos conduzirá às respostas. Nesse contexto, Lua Serena puxa o fio de Ariadne e nos conduz ao centro da espiral, ao centro do labirinto, de frente para o touro de Minos. Trata-se de uma jornada imperdível ao passado, um alinhavar de fragmentos deixados pelo tempo, um passeio pelas origens da religiosidade grega, tudo temperado com as diversas interpretações de grandes estudiosos.
Tópicos abordados:
- As origens da religiosidade grega
- Knossos e o labirinto do Minotauro
- O labirinto espiralado
- Ariadne: princesa ou Deusa?
- Pistas sobre os ritos de vida e morte no labirinto
- Dionísio, o Deus estrangeiro
- Dionísio e o touro de Minos (Minos+taurus)
- Dionísio e Ariadne como casal divino
Nesses últimos tempos, esse filme tem surgido com certa frequência em minha mente, em minhas lembranças.
Primeiro um grande amigo de caminhada, o Bran, postou uma cena e me carregou aos meus primeiros passos na Arte. Depois foi a Lucinha, outra amiga de longa data, que me mandou outra cena, me trazendo novamente o cheiro doce das experiências vividas.
Como nada é por acaso e tudo, absolutamente tudo, tem algo a nos ensinar. Fui assistir ao filme novamente. E mais uma vez me deliciei com a sua fotografia, com o enredo gostoso e descontraído tratando a Arte com respeito e mostrando bem de perto o que é ser bruxa... ou pelo menos o que deveria ser.
É claro que todo filme precisa daquele brilho hollywoodiano dos efeitos especiais. Lógico, estamos falando de filmes, entretenimento para todos os públicos. Ok, quase todos.
Então, fora esse aspecto mirabolante, mas indispensável aos filmes, Practical Magic ou como quiseram os tradutores para o Brasil: Da Magia à Sedução, mostra alguns valores muito importantes da Bruxaria. Fui assistindo e pensando sobre essas questões.
O filme nos presenteia com valores que muitos acabam esquecendo no decorrer do caminho, conceitos e valores que deveriam nortear os praticantes. E são conceitos e valores tão basilares...
Um desses valores é o de ter respeito com as coisas sagradas e, especialmente, com as coisas sagradas que não entendemos, que ainda não sabemos manipular direito. É não manipular magia sem preparo. Quantas histórias de “cagadas mágicas” você conhece? De quantas você já foi protagonista? É um alerta tão básico, mas muitos se deixam levar por seus desejos descontrolados o por seu ego inflado.
Aliás, o ego inflado é também o que impede muitas pessoas de observar e praticar outro valor muito bem mostrado no filme, e que acaba sendo um desdobramento do que acabei de citar, pois encontra-se na seara do respeito às coisas sagradas.
Estou falando do respeito aos mais velhos, do reconhecer que mesmo tendo potencial, mesmo tendo em si a capacidade de ser grande, precisamos recorrer aos mais velhos, pois eles possuem mais sabedoria, mais prática, mais vida que nós. E, por isso, aprendemos tanto com uma história contada por quem é mais velho que nós. Por isso que na Arte não há hierarquias, mas respeito àqueles que são, de verdade, nossos irmãos mais velhos, nossos pais e mães. Mas é lógico que estou falando de verdadeiros bruxos e bruxas. Mesmo por que não adianta ter muitos anos no currículo de bruxo ou bruxa e ser uma farsa, ser uma mentirinha gostosa que seduz muita gente. E com esse pensamento eu já me remeto a outro ponto reflexivo do filme.
Quando as irmãs Owen se metem na encrenca com a morte do namorado maluco de Gilian, elas precisam recorrer à experiência de suas tias. Tirando, novamente, os efeitos especiais para o deslumbre típico do cinema, quantos bruxos e bruxas você acha que são capazes de lidar com assuntos espirituais sérios? Sérios mesmo! Quantos você conhece que tenham sido treinados e que, de fato, tenham prática para lidar com seres e espíritos de outras realidades, com feitiços de morte ou de destruição? Eu garanto que muitos que lançam maldições (ou dizem que lançam) existem. Mas que saibam desfazer e que tenham sido preparados para isso e que tenha esse tipo de prática, de verdade não da boca para fora, são poucos. Por que será? Será que vivemos numa época em que é muito mais bacana o glamour dos grandes discursos, dos grandes textos, do que o trabalho mágico de verdade? Talvez seja por isso que muitos acabem recorrendo a outras religiões para quebrar feitiços, para encaminhar um espírito, para fazer uma limpeza energética numa casa. E isso é muito triste, pois as bruxas, os bruxos, sempre foram aqueles que curavam, que limpavam... Uma bruxo sempre foi, antes de qualquer coisa, um curador.
E essa cura pode vir muitas vezes de forma “meio torta”... No filme tem uma cena muito interessante, em que as tias das irmãs Owen atendem uma mulher apaixonada por um homem. Elas auxiliam a mulher a fazer um feitiço, mas a alertam sobre as consequências daquilo que deseja. É uma cena muito interessante do ponto de vista da lei do retorno. Não quero discuti-la com você, não é esse o intuito do nosso papo hoje. Mas é te fazer refletir até que ponto a lei do retorno se transformou num ranço do pecado, um artifício do padrão do medo. Já parou para pensar nisso? Boa parte das pessoas não trabalha com magia por medo do retorno... Ora! Isso jamais deveria acontecer, pois a lei do retorno é um norte, é um fato, mas cada um de nós deve saber de nossas responsabilidades. Magia deve ser para quem sabe fazer magia, magia deve ser treinada e direcionada. A Lei do retorno não é e nunca foi um limitador de nossas ações, pois como co-criadores de nossa realidade, estamos sob ela o tempo todo. Que adianta não fazer feitiços por medo do retorno e desejar certas coisas? Dá vontade de rir... Nosso poder pessoal está além dos feitiços e o tempo todo estamos na teia cósmica. O tempo todo.
Outro conceito importante ligado ao filme é o poder pessoal, quanto de poder você coloca em suas coisas, em seus instrumentos, em seus atos? Você consagra seues instrumentos com os elementos, mas e depois? Como você trata suas coisas sagradas? Você de fato coloca seu poder nas coisas? Na vida?
Por falar em poder, o filme mostra também as questões do poder do sangue, o poder dos laços familiares, o poder dos ancestrais. Os de sangue sim, mas podemos estender isso aos nossos grupos, nossas famílias, nossos covens, grupos, tradições, etc. Hoje em dia se banalizou esse conceito de grupo. Qualquer um entra numa tradição, num grupo, pois se distorceu um valor muito importante da Arte: o não proselitismo. O não proselitismo guarda relação com desnecessidade de arrebanhar pessoas para a religião. Por quê? Por que somos os melhores? Não!
A Arte jamais foi uma religião massificada, homogênea, de grandes quantidades, mas parece que muitas pessoas confundem o querer respeito com o querer números. Desejo com certeza que a Arte seja respeitada, que cada um de nós seja respeitado. Mas eu não desejo que a Bruxaria seja algo grande, uma religião institucionalizada, uma religião de massa. E por quê? Por que a Bruxaria guarda relação com a noção de família, de laços que se estabelecem e que são inquebrantáveis. Quando alguém entra em meu coven, essa pessoa entra para a minha família de verdade. Não me interessam números, não me interessam quantos iniciados eu terei na vida. Me interessa ter feito um bom trabalho dentro do que eu aprendi. Me interessa que aqueles que comigo celebram, que comigo caminham, sejam de verdade da minha linhagem ancestral não necessariamente de sangue, mas meus irmãos, meus filhos, meus companheiros. Que seja um reconhecimento para juntos caminharmos novamente, no mesmo espaço e local que outras vezes... Ou em novos lugares, por que não? Esse tipo de coisa não se alcança com muitas pessoas, pois há relações que já se estabeleceram muito tempo antes. Não significa que eu ame apenas quem é do meu grupo. Mas precisamos aprender a discernir que existem pessoas que são do nosso caminho, outras estão em nosso caminho. Amamos cada qual de um jeito, mas um amigo querido e que chamamos de irmão às vezes não faz parte de nosso coven. Não há problemas nisso. Há problemas quando confundimos isso. Palavra de quem já vivenciou essa confusão!
Mas como estamos aprendendo sempre, essa confusão não deve ser motivo para nos fecharmos. Pode ser que em algum lugar pelo mundo a gente se encontre, alma antiga que comigo trilhou muitos caminhos, pode ser que consigamos nos reencontrar, nos reconhecer e nos amarmos novamente. Só depende de nós. E assim é com todo mundo.
Bem, tem outros valores embutidos no filme e que poderíamos ficar horas falando, mas o texto já ficou grande demais. Sugiro que você pegue os seus queridos e faça uma sessão pipoca no feriadão que vem chegando. Troquem ideias, reflitam, conversem. E convido você a postar aqui as impressões de seu povo. Será muito legal para mim poder ler vocês. Sempre é.
Se você é solitário, digo que te entendo muito bem, pois fui solitária quase que minha vida inteira. Reúna amigos queridos ou assista na companhia dos gatos e cães que são nossos grandes companheiros. E depois venha aqui me contar como foi. Tenho certeza que será enriquecedor.
E vamos todos pensar nos valores da Arte, vamos preservá-los, vamos honrá-los, dia a dia em nossas vidas.