29 de novembro de 2012

MINOICOS - introdução (parte 1)



Investigando a religiosidade grega, me deparei com uma antiga civilização, por muitos esquecida, mas que sempre aparece nas pesquisas que qualquer pessoa faça sobre Grécia, paganismo grego, paganismo do mediterrâneo, do mar egeu... São os Minoicos.

Há alguns anos me debruço em pesquisar sobre esse povo, sobre sua cultura e especialmente sobre sua religiosidade. Não tem sido uma tarefa fácil, mas confesso que tem sido extremamente prazerosa.
Então, decidi dividir com vocês um pouco do que pesquisei, já que temos poucas coisas em português. Sei que esses artigos não terão muitos fãs, exatamente por que a maioria das pessoa não conhece os Minoicos. Meu intuito é ajudar os poucos e loucos – como eu – que adoram essa civilização, e levar aos que desconhecem, um pouco deles. Tenho certeza que muitos que gostam de mitologia grega vão gostar dos minoicos também.

Antes de começar esse primeiro artigo, devo avisá-los: minhas pesquisas não são acadêmicas e não se propõem a ser! São fragmentos, recortes e pedaços que fui juntando, pontos que fui ligando – sim, tem muito do que eu interpretei – e há também referências de mitólogos, antropólogos, arqueólogos, historiadores, etc. 
Procurarei trazer as fontes sempre que possível. 

Bem, para começar essa série de artigos, primeiramente devemos nos situar no tempo e espaço históricos. Vamos para a idade dos metais (mais ou menos 4.000 AEC até 1.500 AEC). Foi nesse período, mais ou menos, que floresceu a civilização minoica. Podemos estreitar mais e dizer que foi na Idade do Bronze, dividindo esse período da seguinte maneira:

Bronze Antigo: 3000 AEC a 2000 AEC: cultura cicládica em evidência, essencialmente neolíticas. 
Bronze Médio: 2000 AEC a 1550 AEC: grande influência minoica no mar egeu
Bronze Recente: 1550 AEC a 1100 AEC: supremacia e domínio micênico no mar egeu
A cultura cicládica pode ser considerada pré minoica/minoana, enquanto a cultura micênica foi a que suplantou a cultura minoica, por volta de 1550 AEC.

Nesse mapa dá para visualizar bem a influência dessas culturas no mar egeu (clique nele para ampliar).



Aos poucos falarei de cada uma delas, mas neste primeiro momento, vamos nos situar e nos focar nos Minoicos. 
Pois bem. Os minoicos foram uma civilização muito poderosa, que floresceu no mar egeu por volta de 2000 AEC até 1550 AEC, espalhados pelas ilhas que conhecemos hoje como ilhas gregas. Suas principais cidades eram Heraklion, Mallia, Phaistos, Khania, Zakros, Akrotiri, Thera e Creta. 
Muitas vezes, quando estudamos mitos gregos, encontramos o termo “antiga creta”. Esse termo é utilizado de forma genérica e ampla para denominar exatamente a civilização minoica. Mas, vejam, não se restringe apenas ao território da ilha de Creta, embora seja a mais conhecida por nós, talvez pelo palácio de Cnossos que fica em Creta e que foi alvo de inúmeras escavações e teorias que nos chegaram através dos estudos de Arthur Evans, a quem muitos atribuem a “descoberta” da civilização minoica. Porém, desde já precisamos dizer que não foi Sir Evans que os “descobriu”... Mas isso deixarei para outro artigo, quando falarmos das grandes vozes arqueológicas e históricas que contribuíram e contribuem para o estudo dos Minoicos.

O fato é que, segundo afirmam alguns, foi Evans quem chamou essa antiga civilização de MINOICA ou MINOANA, em honra ao rei desse povo, que todos conhecem até hoje como Minos. Porém, vocês vão perceber, no decorrer dos nossos artigos, que nada que se refere aos minoicos é tão simples, tão literal... sempre tem algo escondido, algo oculto, algo nas entrelinhas... como acontece com a mitologia grega! Claro! Estamos falando do berço de muita coisa da mitologia e cultura grega (e não só grega!). E isso tudo é o que me fascina demais!

Sem contar que é bastante complicado para muitos, inclusive historiadores, captar o pensamento de um povo que viveu há tanto tempo, num contexto, portanto, completamente diferente do nosso, cuja cultura e visão de mundo pouco ou nada tem a ver com a cultura e visão de mundo hoje. Esse é um grande desafio para qualquer buscador, amador ou não, de povos antigos.

Então, eu acho que como pagã que sou, e por nortear muito das minhas práticas religiosas particulares à luz da vida antiga no mar egeu, tenho o dever de tentar trazer aquilo que é possível dentro da visão antiga. Pretensão? Não! Apenas uma tentativa de mergulhar naquelas águas e trazer à terra alguns mistérios antigos... que tem muito, mas muito a ver com muito do que se pratica hoje no neopaganismo.
Bem, para um primeiro momento, creio que ser o bastante... 

Até a próxima,
Lua Serena


2 comentários:

Anônimo disse...

É um longo e prazeroso caminho de estudo, esse o nosso. Mas é esse caminho que aproxima as nossas vidas dos nossos deuses, os deuses que amamos.

Estamos juntos nessa!
Gostei muito da sua iniciativa! \o/

Estêvão.

Lua Serena disse...

Oi, Estêvão!

Já estou elaborando uma nova postagem.

beijo